Trapiche - Vila da Glória - SFS-SC |
Muitos fiéis fazem suas peregrinações e romarias na sexta
feira da Paixão. Pelo terceiro ano consecutivo aproveitamos este feriado para
fazer um pedal pela região do Saí Mirim, Serrinha e Vila da Glória.
O temporal no fim de tarde de quinta feira, aliado as
previsões metereológicas, deixava-nos incertos quanto a viabilidade do passeio,
porém a sexta feira amanheceu com céu límpido, com um azul intenso e sem
nenhuma nuvem. Apesar do frescor da manhã, clima típico de outono, o sol
prometia imperar durante todo o dia.
Nosso pequeno grupo, formado por apenas quatro ciclistas, deixou
o centro de Joinville, em direção à Estrada da Ilha. Adentramos na Estrada da
Fazenda, cruzamos o velho e sinuoso Rio Cubatão e, pouco à frente, o canal do
Ribeirão do Cubatão. A paisagem urbana ficou para trás e convivemos agora com o
cenário rural, o verde das matas e pastagens contrastando com o azul do céu e
das montanhas ao longe. Ainda vemos algumas construções que nos remetem ao
tempo da Colônia Dona Francisca, suas casas em estilo europeu, seus ranchos em
madeira bruta, suas lavouras e seus animais.
Mais alguns quilômetros e chegamos ao Rio das Três Barras,
limite entre Joinville e Garuva. A velha ponte pênsil, que inúmeras vezes
cruzamos pedalando, exibindo o nosso equilíbrio, agora se apresenta
completamente abandonada e prestes a ruir, impedindo-nos a sua travessia.
Ainda assim, o local merece ser fotografo. O contraste do
pequeno riacho de águas gélidas e cristalinas entrecortando as verdes
pastagens, tendo ao fundo a Serra do Mar e bem próximo uma pequena capela,
remete-nos ao passado.
Passamos ao lado da pequena igreja e seguimos pela Estrada
Cupim e, a seguir, pela Estrada Palmital, pedalando até o rio com o mesmo nome,
local de parada para um breve lanche e algumas fotos do Rio Palmital. Até ali,
havíamos percorrido nossos primeiros 38 quilômetros.
Partimos para mais uma etapa. Cruzamos o Rio da Onça e, mais
a frente, um pequeno córrego que acreditamos seja o Rio Palmital, ainda tímido,
antes de receber o grande volume de águas que o transformam num grande e volumoso
rio que serpenteia em direção à Baía da Babitonga.
Pedalamos por mais 7 quilômetros e chegamos a Baraharas,
donde seguimos em direção ao Saí Mirim, passando primeiramente pelas
localidades de Sol Nascente e Bom Futuro.
A Rodovia estadual (SC 415) que agora faz a ligação à praia
de Itapoá e ao Porto do Pontal se sobrepõe, num pequeno trecho, a antiga
estrada, bem nas proximidades do Saí Mirim, onde paramos para o reabastecimento.
Percorremos agora a estrada que nos levará até a Vila da Glória.
Passamos pelo pesque pague da família Ledoux e rumamos em direção à Serrinha,
uma subida com 153 metros de altitude e 2.300 metros de extensão até o topo,
donde se avista um pequeno trecho da Baía e de São Francisco do Sul.
A parte mais difícil do percurso é superada e aproveitamos os
4.600 metros de descida para soltar nossas bikes e sentir o vento a nos
refrescar após a cansativa subida, ultrapassada em pleno sol do meio do dia.
Embalados seguimos até a Vila da Glória, onde chegamos por volta das 13:00
horas. Deslocamo-nos até o Restaurante Trapiche para, debaixo de um sombreiro,
à beira d’água, admirar o centro histórico da velha São Chico e saborear um
delicioso peixe frito regado ao molho de camarão.
A satisfação do grupo é tamanha que o nosso amigo Mário
exclama: “ô vidinha mais ou menos”, sendo contestado pela Dona Eda afirmando
que: “mais ou menos nada, isto aqui é um paraíso”.
Todo o esforço de havermos pedalado 80 quilômetros até o
nosso ponto de almoço já havia sido compensado, com o saboroso almoço e com o
visual desta belíssima Baía, ainda mais por termos sido agraciados com este
belo dia de sol, de céu azul, de temperaturas amenas, o que muito nos auxiliou
a percorrer essa distância sem maiores dificuldades. Reafirmamos em coro: “ô
vidinha mais ou menos”.
Embalados pelo som das marolas batendo na areia e pelo
frescor da leve brisa soprando de forma constante, sentíamos o relaxamento se
transformar em sonolência. Poderíamos até concordar com a Dona Eda, caso dispuséssemos
de umas redes para estender entre os sombreiros e curtir uma bela soneca. Aí
sim, estaríamos no paraíso.
Para evitar que caíssemos no sono, resolvemos dar uma
caminhada pelo trapiche, esticando um pouco as pernas e nos preparando
psicologicamente para o regresso.
Deixamos a Vila da Glória por volta das 15:00 horas e
seguimos, tranquilamente, passando pelo Estaleiro, Frias e Gibraltar, onde
pegamos a balsa para fazer a travessia para a Vigorelli.
Uma bela travessia, com o sol da tarde refletindo seus raios
sobre as águas do canal. Um belo entardecer a nos brindar, como que em
agradecimento e recompensa pelo nosso esforço, pois chegávamos agora a etapa
final de nosso passeio. Após cruzarmos para a Vigorelli, rumamos em direção ao
centro de Joinville e, cada qual, para as suas respectivas residências.
Chegamos por volta das 17 horas. Pedalamos 115 quilômetros
em 6horas e 55 minutos (não computados os tempos de parada).
Participaram do pedal:
- Gerson, Mario, Michel e Paulo Rost.
Vejam as fotos do passeio no link abaixo:
https://photos.google.com/album/AF1QipO216-eM2CzfGSndA0eyVEwMPJ_czDmEm1PawSC
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