domingo, 4 de dezembro de 2011

Pedal de Massaranduba


Massaranduba, a capital catarinense do arroz, situa-se no norte de Santa Catarina, na bacia hidrográfica do Rio Itapocú. Sua história remonta à meados do Século 19, quando, por volta de 1870, os primeiros imigrantes alemães, provenientes da região de Bruschal, sul da Alemanha, se instalaram na região de Campinha e Patrimônio. A formação étnica manteve-se alemã, sendo, no final de 1908, mesclada com a chegada de imigrantes italianos e poloneses e, mais tarde, dos açorianos.
 
Domingo, 3 de dezembro de 2011, torna-se mais uma data importante para a cidade de Massaranduba. Por iniciativa do Maicon, apoiado por sua esposa Elaine e pelo incentivo de seus amigos, foi realizado o primeiro passeio cicloturístico desta cidade. Um percurso de aproximadamente 46 quilômetros, passando por diversos bairros, seguindo o curso de rios e percorrendo estradas rurais, permitiu-nos usufruir das belezas naturais e da arquitetura típica da região, mesclada aos arrozais e seus extensos campos verdes, contrastando com o azul do céu e das montanhas.




A concentração junto a Prefeitura Municipal reuniu 25 ciclistas de Massaranduba, Jaraguá do Sul, Schroeder e Joinville que percorreu o centro antigo, nos mostrando antigas construções bem preservadas, com seus belos e floridos jardins.



Chegamos a BR 413 e a seguimos por aproximadamente 2,5 quilômetros, até a divisa com Blumenau. Ali, onde o Ribeirão Treze de Maio se junta as águas do Rio Massaranduba, somos agraciados com a visão de um belíssimo recanto. A propriedade da família Zimdars, tradicionais comerciantes estabelecidos em Blumenau, Massaranduba e Guaramirim, é composta por várias construções antigas, muito bem cuidadas e conservadas. Cabe-nos parabenizar esta família que não mede esforços para preservar em excelente estado de conservação todo o seu acervo arquitetônico, cujas construções constituem a história desta família e das localidades onde se estabeleceram.



Cruzamos a ponte sobre o Rio Massaranduba e adentramos na estrada do Ribeirão Treze de Maio. Um antigo casarão colonial construído em tijolos aparentes mescla-se a ampliações mais recentes, em perfeita harmonia, não apenas arquitetônica, mas também com a natureza, numa clara demonstração de que é possível viver confortavelmente sem destruir o meio ambiente e a história.



Antigas construções em madeira, numa das quais, antigamente havia um moinho movimentado pela força das águas do córrego, desviadas de seu leito através de um  aqueduto.



A medida que adentramos pela estrada, vamos como que entrando num túnel do tempo e regressando ao passado, visualizando imagens pouco comuns em nosso dia a dia, como um cavalo recebendo suas novas ferraduras, cujo trabalho é realizado ao lado da estrada.



Mais adiante, uma imagem ainda mais incomum. Uma carroça sendo puxada por um boi.



Vamo-nos deparando com antigas construções coloniais, muitas no estilo enxaimel e outras tantas em madeira, mostrando-nos as características arquitetônicas que remontam aos locais de origem dos colonizadores. Sua beleza é ampliada por seus jardins coloridos e floridos, pelos quintais, pastagens e pequenas lavouras, bem cuidados e preservados.



Mais a frente, encontramos um belíssimo casarão em estilo enxaimel, também de propriedade da família Zimdars, muito bem cuidado, ornado por roseiras e outras flores e plantas, características eminentes da colonização alemã.



Defronte ao casarão, outro aqueduto. É uma pena que os antigos moinhos não tenham se mantido em atividade, pois o custo de sua manutenção não compensaria a pequena produção. Necessário seria que este custo pudesse ser mantido através do turismo, mas a região está fora dos roteiros turísticos de Blumenau.



A estrada segue tendo o Ribeirão Treze de Maio como divisa entre os dois municípios. Sempre que o riacho estiver a nossa direita, estaremos em Blumenau, quando estiver a esquerda, estaremos em Massaranduba.



Por aqui ainda vemos que os pais têm condições de levar seus filhos para pedalar com segurança pela estrada.



A região é entrecortada por morros verdejantes, muitas casas antigas e pequenas lavouras, tendo no ribeirão o seu maior encanto. Aliado ao contraste de suas águas com o verde em seu entorno, o barulho constante das águas chocando-se contra as pedras, descendo rápidas pelas corredeiras e despencando das pequenas cachoeiras soa como música em nossos ouvidos, animando-nos ainda mais para prosseguir a jornada.



O bucolismo do lugar cede passagem para um pequeno grupo de ciclistas, cujos olhares seguem maravilhados com tantas belezas.



Aos nos aproximarmos da Igreja do Treze de Maio, nos deparamos com outra cena incomum.



Uma parada para agrupar os ciclistas, poses para as fotos e deixamos a estrada do Treze de Maio e o município de Blumenau e seguimos em direção a Benjamin Constant, em Massaranduba.



Chegamos ao ponto mais alto de todo o percurso. Deixaremos o terreno acidentado, as matas e os riachos para, após um bom trecho de descida, pedalarmos pela planície.



Passamos por Benjamin Constant e rumamos em direção à Campinha, uma das primeiras regiões a ser colonizada neste município. Seguimos para a localidade de Ribeirão Gustavo, nos aproximando das serras que fazem a divisa com Jaraguá do Sul.



Em Ribeirão Gustavo, uma parada para reagrupar o pessoal e para tomar um refrigerante, onde conhecemos um pequeno armazém, instalado numa casa de madeira que preserva boa parte de suas características dos primórdios da colonização local.



Doravante, seguiremos apenas pelas estradas rurais de Massaranduba, cortando a imensa planície com seus extensos arrozais, justificando o título deste município como Capital Catarinense do Arroz.



O contraste entre as diversas tonalidades de verde e o céu nublado compõe um cenário que nos faz lembrar paisagens campestres do interior da Europa.



Estamos agora pedalando pela Estrada Jacú-Açú, logo mais passaremos pelo Fundo Sueco. Cruzamos a BR 413, passamos pela Igreja de Guarani-Mirim, nos aproximando do final de nosso passeio.



Chegamos à Prefeitura, guardamos as bikes em nossos carros e seguimos até o local escolhido para o nosso almoço: - o Pesque Pague do Dori. Tivemos que aguardar para conseguirmos uma mesa, já que o restaurante é altamente movimentado, porém cada minuto de espera valeu a pena.



Nosso apetite, já estimulado pela pedalada, foi sendo aguçado cada vez mais a medida que os pratos eram servidos. O cardápio, tendo como elemento principal a tilápia (peixe de água doce, amplamente criada no sul do Brasil), oferecia ‘sopa de peixe’, ‘filé de tilápia à milanesa’, ‘croquete de tilápia’, ‘bolinho de peixe’, além de palmito, aipim frito, batata frita e arroz, tudo regado a uma cerveja gelada.



Nossos parabéns ao Maicon e a Elaine pela organização do passeio e pela escolha do local de almoço. Nossos parabéns também ao Dori e sua equipe pela excelência do atendimento e pela qualidade da comida.



Características do percurso:
Distância: 46 km.
Nível de dificuldade: fácil
Estradas bem conservadas, com vários locais para abastecimento. 


Fotos de autoria de Marines Ronchi:

6 comentários:

  1. muito boa as fotos, muitos detalhes registrados que vezes passamos sem perceber, parabéns Gerson,
    forte abraço e espero participar de outras pedaladas com vc e todo o resto do grupo,
    ass Vânio Voltolini

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  2. Vanio, obrigado pela visita e pelos elogios. Não há como lembrar, nem falar sobre todos os detalhes e as belezas que vemos pelo caminho. Sempre é bom a gente relembrar. Espero nos encontrarmos nos próximos pedais.
    Forte abraço.
    Gerson.

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  3. Encontrei o seu blog, e achei muito legal.
    Moro em Jaraguá, e também gosto muito de pedalar, mas ainda estou me equipando para fazer percursos mais longos. Pretendo fazer alguns ciclo turismo com minha esposa.
    Agraço,

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  4. Diego!
    Obrigado pelos comentários.
    A região norte de SC tem lugares belíssimos para serem trilhados de bike. Equipe-se, municie-se de coragem e inspiração e saia por estas estradas maravilhando-se com todas estas belezas naturais. Não esqueça de levar uma câmera fotográfica.
    Abraços.
    Gerson

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  5. Lugares lindos bucólicos. Que lindos os caminhos todos floridos. Me emocionei muito lembrando dos meus velhinhos alemães. Boas viagens para vocês.

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