Massaranduba, a capital catarinense do arroz, situa-se no
norte de Santa Catarina, na bacia hidrográfica do Rio Itapocú. Sua história
remonta à meados do Século 19, quando, por volta de 1870, os primeiros
imigrantes alemães, provenientes da região de Bruschal, sul da Alemanha, se
instalaram na região de Campinha e Patrimônio. A formação étnica manteve-se
alemã, sendo, no final de 1908, mesclada com a chegada de imigrantes italianos
e poloneses e, mais tarde, dos açorianos.
Domingo, 3 de dezembro de 2011, torna-se mais uma data
importante para a cidade de Massaranduba. Por iniciativa do Maicon, apoiado por
sua esposa Elaine e pelo incentivo de seus amigos, foi realizado o primeiro passeio
cicloturístico desta cidade. Um percurso de aproximadamente 46 quilômetros, passando
por diversos bairros, seguindo o curso de rios e percorrendo estradas rurais,
permitiu-nos usufruir das belezas naturais e da arquitetura típica da região,
mesclada aos arrozais e seus extensos campos verdes, contrastando com o azul do
céu e das montanhas.
A concentração junto a Prefeitura Municipal reuniu 25
ciclistas de Massaranduba, Jaraguá do Sul, Schroeder e Joinville que percorreu
o centro antigo, nos mostrando antigas construções bem preservadas, com seus
belos e floridos jardins.
Chegamos a BR 413 e a seguimos por aproximadamente 2,5
quilômetros, até a divisa com Blumenau. Ali, onde o Ribeirão Treze de Maio se junta
as águas do Rio Massaranduba, somos agraciados com a visão de um belíssimo
recanto. A propriedade da família Zimdars, tradicionais comerciantes
estabelecidos em Blumenau, Massaranduba e Guaramirim, é composta por várias
construções antigas, muito bem cuidadas e conservadas. Cabe-nos parabenizar esta
família que não mede esforços para preservar em excelente estado de conservação
todo o seu acervo arquitetônico, cujas construções constituem a história desta
família e das localidades onde se estabeleceram.
Cruzamos a ponte sobre o Rio Massaranduba e adentramos na
estrada do Ribeirão Treze de Maio. Um antigo casarão colonial construído em
tijolos aparentes mescla-se a ampliações mais recentes, em perfeita harmonia,
não apenas arquitetônica, mas também com a natureza, numa clara demonstração de
que é possível viver confortavelmente sem destruir o meio ambiente e a
história.
Antigas construções em madeira, numa das quais, antigamente
havia um moinho movimentado pela força das águas do córrego, desviadas de seu
leito através de um aqueduto.
A medida que adentramos pela estrada, vamos como que
entrando num túnel do tempo e regressando ao passado, visualizando imagens
pouco comuns em nosso dia a dia, como um cavalo recebendo suas novas
ferraduras, cujo trabalho é realizado ao lado da estrada.
Mais adiante, uma imagem ainda mais incomum. Uma carroça
sendo puxada por um boi.
Vamo-nos deparando com antigas construções coloniais, muitas
no estilo enxaimel e outras tantas em madeira, mostrando-nos as características
arquitetônicas que remontam aos locais de origem dos colonizadores. Sua beleza
é ampliada por seus jardins coloridos e floridos, pelos quintais, pastagens e pequenas
lavouras, bem cuidados e preservados.
Mais a frente, encontramos um belíssimo casarão em estilo
enxaimel, também de propriedade da família Zimdars, muito bem cuidado, ornado
por roseiras e outras flores e plantas, características eminentes da
colonização alemã.
Defronte ao casarão, outro aqueduto. É uma pena que os
antigos moinhos não tenham se mantido em atividade, pois o custo de sua
manutenção não compensaria a pequena produção. Necessário seria que este custo
pudesse ser mantido através do turismo, mas a região está fora dos roteiros
turísticos de Blumenau.
A estrada segue tendo o Ribeirão Treze de Maio como divisa
entre os dois municípios. Sempre que o riacho estiver a nossa direita,
estaremos em Blumenau, quando estiver a esquerda, estaremos em Massaranduba.
Por aqui ainda vemos que os pais têm condições de levar seus
filhos para pedalar com segurança pela estrada.
A região é entrecortada por morros verdejantes, muitas casas
antigas e pequenas lavouras, tendo no ribeirão o seu maior encanto. Aliado ao
contraste de suas águas com o verde em seu entorno, o barulho constante das
águas chocando-se contra as pedras, descendo rápidas pelas corredeiras e
despencando das pequenas cachoeiras soa como música em nossos ouvidos,
animando-nos ainda mais para prosseguir a jornada.
O bucolismo do lugar cede passagem para um pequeno grupo de
ciclistas, cujos olhares seguem maravilhados com tantas belezas.
Aos nos aproximarmos da Igreja do Treze de Maio, nos
deparamos com outra cena incomum.
Uma parada para agrupar os ciclistas, poses para as fotos e deixamos
a estrada do Treze de Maio e o município de Blumenau e seguimos em direção a
Benjamin Constant, em Massaranduba.
Chegamos ao ponto mais alto de todo o percurso. Deixaremos o
terreno acidentado, as matas e os riachos para, após um bom trecho de descida,
pedalarmos pela planície.
Passamos por Benjamin Constant e rumamos em direção à
Campinha, uma das primeiras regiões a ser colonizada neste município. Seguimos
para a localidade de Ribeirão Gustavo, nos aproximando das serras que fazem a
divisa com Jaraguá do Sul.
Em Ribeirão Gustavo, uma parada para reagrupar o pessoal e
para tomar um refrigerante, onde conhecemos um pequeno armazém, instalado numa
casa de madeira que preserva boa parte de suas características dos primórdios
da colonização local.
Doravante, seguiremos apenas pelas estradas rurais de
Massaranduba, cortando a imensa planície com seus extensos arrozais, justificando
o título deste município como Capital Catarinense do Arroz.
O contraste entre as diversas tonalidades de verde e o céu
nublado compõe um cenário que nos faz lembrar paisagens campestres do interior
da Europa.
Estamos agora pedalando pela Estrada Jacú-Açú, logo mais
passaremos pelo Fundo Sueco. Cruzamos a BR 413, passamos pela Igreja de
Guarani-Mirim, nos aproximando do final de nosso passeio.
Chegamos à Prefeitura, guardamos as bikes em nossos carros e
seguimos até o local escolhido para o nosso almoço: - o Pesque Pague do Dori. Tivemos
que aguardar para conseguirmos uma mesa, já que o restaurante é altamente
movimentado, porém cada minuto de espera valeu a pena.
Nosso apetite, já estimulado pela pedalada, foi sendo aguçado
cada vez mais a medida que os pratos eram servidos. O cardápio, tendo como
elemento principal a tilápia (peixe de água doce, amplamente criada no sul do
Brasil), oferecia ‘sopa de peixe’, ‘filé de tilápia à milanesa’, ‘croquete de
tilápia’, ‘bolinho de peixe’, além de palmito, aipim frito, batata frita e
arroz, tudo regado a uma cerveja gelada.
Nossos parabéns ao Maicon e a Elaine pela organização do
passeio e pela escolha do local de almoço. Nossos parabéns também ao Dori e sua
equipe pela excelência do atendimento e pela qualidade da comida.
Características do percurso:
Distância: 46 km.
Nível de dificuldade: fácil
Estradas bem conservadas, com vários locais para abastecimento.
Veja as fotos do passeio acessando o link abaixo:
https://photos.google.com/album/AF1QipO8xp8tPzfXXFAbQucyU2u5CrT5q9pTbUhpxV_S
https://photos.google.com/album/AF1QipO8xp8tPzfXXFAbQucyU2u5CrT5q9pTbUhpxV_S
Fotos de autoria de Marines Ronchi:
muito boa as fotos, muitos detalhes registrados que vezes passamos sem perceber, parabéns Gerson,
ResponderExcluirforte abraço e espero participar de outras pedaladas com vc e todo o resto do grupo,
ass Vânio Voltolini
Vanio, obrigado pela visita e pelos elogios. Não há como lembrar, nem falar sobre todos os detalhes e as belezas que vemos pelo caminho. Sempre é bom a gente relembrar. Espero nos encontrarmos nos próximos pedais.
ResponderExcluirForte abraço.
Gerson.
Encontrei o seu blog, e achei muito legal.
ResponderExcluirMoro em Jaraguá, e também gosto muito de pedalar, mas ainda estou me equipando para fazer percursos mais longos. Pretendo fazer alguns ciclo turismo com minha esposa.
Agraço,
Diego!
ResponderExcluirObrigado pelos comentários.
A região norte de SC tem lugares belíssimos para serem trilhados de bike. Equipe-se, municie-se de coragem e inspiração e saia por estas estradas maravilhando-se com todas estas belezas naturais. Não esqueça de levar uma câmera fotográfica.
Abraços.
Gerson
Lugares lindos bucólicos. Que lindos os caminhos todos floridos. Me emocionei muito lembrando dos meus velhinhos alemães. Boas viagens para vocês.
ResponderExcluirMuito bom paseio.
ResponderExcluirRecomendo.