sexta-feira, 6 de abril de 2012

Pedal da Paixão 2012.

Trapiche - Vila da Glória - SFS-SC
Muitos fiéis fazem suas peregrinações e romarias na sexta feira da Paixão. Pelo terceiro ano consecutivo aproveitamos este feriado para fazer um pedal pela região do Saí Mirim, Serrinha e Vila da Glória.

O temporal no fim de tarde de quinta feira, aliado as previsões metereológicas, deixava-nos incertos quanto a viabilidade do passeio, porém a sexta feira amanheceu com céu límpido, com um azul intenso e sem nenhuma nuvem. Apesar do frescor da manhã, clima típico de outono, o sol prometia imperar durante todo o dia.


Nosso pequeno grupo, formado por apenas quatro ciclistas, deixou o centro de Joinville, em direção à Estrada da Ilha. Adentramos na Estrada da Fazenda, cruzamos o velho e sinuoso Rio Cubatão e, pouco à frente, o canal do Ribeirão do Cubatão. A paisagem urbana ficou para trás e convivemos agora com o cenário rural, o verde das matas e pastagens contrastando com o azul do céu e das montanhas ao longe. Ainda vemos algumas construções que nos remetem ao tempo da Colônia Dona Francisca, suas casas em estilo europeu, seus ranchos em madeira bruta, suas lavouras e seus animais.


Mais alguns quilômetros e chegamos ao Rio das Três Barras, limite entre Joinville e Garuva. A velha ponte pênsil, que inúmeras vezes cruzamos pedalando, exibindo o nosso equilíbrio, agora se apresenta completamente abandonada e prestes a ruir, impedindo-nos a sua travessia.


Ainda assim, o local merece ser fotografo. O contraste do pequeno riacho de águas gélidas e cristalinas entrecortando as verdes pastagens, tendo ao fundo a Serra do Mar e bem próximo uma pequena capela, remete-nos ao passado.


Passamos ao lado da pequena igreja e seguimos pela Estrada Cupim e, a seguir, pela Estrada Palmital, pedalando até o rio com o mesmo nome, local de parada para um breve lanche e algumas fotos do Rio Palmital. Até ali, havíamos percorrido nossos primeiros 38 quilômetros.


Partimos para mais uma etapa. Cruzamos o Rio da Onça e, mais a frente, um pequeno córrego que acreditamos seja o Rio Palmital, ainda tímido, antes de receber o grande volume de águas que o transformam num grande e volumoso rio que serpenteia em direção à Baía da Babitonga.


Pedalamos por mais 7 quilômetros e chegamos a Baraharas, donde seguimos em direção ao Saí Mirim, passando primeiramente pelas localidades de Sol Nascente e Bom Futuro.


A Rodovia estadual (SC 415) que agora faz a ligação à praia de Itapoá e ao Porto do Pontal se sobrepõe, num pequeno trecho, a antiga estrada, bem nas proximidades do Saí Mirim, onde paramos para o reabastecimento.


Percorremos agora a estrada que nos levará até a Vila da Glória. Passamos pelo pesque pague da família Ledoux e rumamos em direção à Serrinha, uma subida com 153 metros de altitude e 2.300 metros de extensão até o topo, donde se avista um pequeno trecho da Baía e de São Francisco do Sul.


A parte mais difícil do percurso é superada e aproveitamos os 4.600 metros de descida para soltar nossas bikes e sentir o vento a nos refrescar após a cansativa subida, ultrapassada em pleno sol do meio do dia. Embalados seguimos até a Vila da Glória, onde chegamos por volta das 13:00 horas. Deslocamo-nos até o Restaurante Trapiche para, debaixo de um sombreiro, à beira d’água, admirar o centro histórico da velha São Chico e saborear um delicioso peixe frito regado ao molho de camarão. 


A satisfação do grupo é tamanha que o nosso amigo Mário exclama: “ô vidinha mais ou menos”, sendo contestado pela Dona Eda afirmando que: “mais ou menos nada, isto aqui é um paraíso”.


Todo o esforço de havermos pedalado 80 quilômetros até o nosso ponto de almoço já havia sido compensado, com o saboroso almoço e com o visual desta belíssima Baía, ainda mais por termos sido agraciados com este belo dia de sol, de céu azul, de temperaturas amenas, o que muito nos auxiliou a percorrer essa distância sem maiores dificuldades. Reafirmamos em coro: “ô vidinha mais ou menos”.


Embalados pelo som das marolas batendo na areia e pelo frescor da leve brisa soprando de forma constante, sentíamos o relaxamento se transformar em sonolência. Poderíamos até concordar com a Dona Eda, caso dispuséssemos de umas redes para estender entre os sombreiros e curtir uma bela soneca. Aí sim, estaríamos no paraíso.


Para evitar que caíssemos no sono, resolvemos dar uma caminhada pelo trapiche, esticando um pouco as pernas e nos preparando psicologicamente para o regresso.


Deixamos a Vila da Glória por volta das 15:00 horas e seguimos, tranquilamente, passando pelo Estaleiro, Frias e Gibraltar, onde pegamos a balsa para fazer a travessia para a Vigorelli.


Uma bela travessia, com o sol da tarde refletindo seus raios sobre as águas do canal. Um belo entardecer a nos brindar, como que em agradecimento e recompensa pelo nosso esforço, pois chegávamos agora a etapa final de nosso passeio. Após cruzarmos para a Vigorelli, rumamos em direção ao centro de Joinville e, cada qual, para as suas respectivas residências.


Chegamos por volta das 17 horas. Pedalamos 115 quilômetros em 6horas e 55 minutos (não computados os tempos de parada).


Participaram do pedal:
- Gerson, Mario, Michel e Paulo Rost.


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